A tendência democratiza o consumo de cosméticos, aquece o comércio local e gera novas oportunidades de qualificação profissional para mulheres da cidade.
As vitrines cor-de-rosa tomaram conta do Calçadão de Imperatriz. Entre lojas populares e tradicionais pontos comerciais, um novo tipo de negócio tem chamado atenção de quem passa: as lojas de maquiagem com preço único de R$10. Em poucos meses, esse modelo se multiplicou e já são cinco estabelecimentos desse tipo no centro da cidade, todos seguindo a mesma paleta vibrante e o mesmo propósito: tornar a beleza mais acessível.
Se antes o mercado de maquiagem era limitado, com poucas marcas disponíveis e preços altos que afastaram parte do público, hoje a realidade é bem diferente. As prateleiras estão cheias de cores, texturas e opções para todos os bolsos. O movimento é intenso, e o que antes era luxo virou item do dia a dia.
“Essas lojas ajudam muitas pessoas que não têm poder aquisitivo para comprar marcas mais caras. E, curiosamente, até quem tem esse poder acaba optando por comprar aqui, porque encontra muita coisa boa e ainda economiza”, conta Maria das Graças, gerente da loja Make10, uma das pioneiras nesse formato na cidade.
A beleza que cabe no bolso
A gerente explica que o sucesso das lojas de preço único está diretamente ligado à mudança de comportamento do consumidor. “Hoje as pessoas estão mais conscientes, procuram qualidade, mas também querem economia. Ninguém quer pagar caro se pode encontrar um bom produto por R$10”, afirma Maria.
Além das maquiagens, batons, sombras, bases, delineadores e pincéis, as lojas também oferecem acessórios, produtos para cabelo e cuidados pessoais, tornando o espaço um verdadeiro paraíso da beleza popular. “A gente trabalha para que o cliente encontre tudo o que precisa em um só lugar. É acessibilidade sem abrir mão da variedade”, acrescenta a gerente.
Geração de empregos e qualificação feminina
O impacto dessas lojas não é apenas no consumo. A Make10 e outras do mesmo segmento também estão contribuindo para gerar empregos e capacitar mulheres no setor da beleza. “Nossas funcionárias passam por um curso de maquiagem antes de começar a atender. É uma forma de preparar cada uma para compreender melhor a individualidade das clientes, identificar tons de pele, o que harmoniza mais, e oferecer dicas com segurança”, explica Maria das Graças.
Esse processo de treinamento, segundo ela, tem feito diferença tanto no atendimento quanto na vida profissional das colaboradoras. “Muitas meninas que começaram aqui sem experiência já conseguiram novas oportunidades graças à qualificação que receberam. Isso agrega valor ao currículo e abre portas para o futuro”, ressalta.
Um novo cenário no Calçadão
Com a popularização desse modelo de negócio, o Calçadão de Imperatriz passou a ser conhecido também como o “corredor da beleza acessível”. O visual das lojas fachadas cor-de-rosa, letreiros chamativos e prateleiras repletas de produtos coloridos chama atenção de quem caminha pelo centro.
O fluxo de clientes é constante, especialmente nos fins de semana, quando jovens, donas de casa e até profissionais de estética buscam novidades e promoções.
A tendência reflete um movimento nacional de democratização do consumo de beleza, onde a maquiagem deixou de ser artigo de luxo para se tornar parte do cotidiano. Em Imperatriz, esse fenômeno ganha contornos próprios: mistura de empreendedorismo, inclusão e oportunidade.
Beleza ao alcance de todos
Para Maria das Graças, o segredo está em entender que beleza é também sobre pertencimento. “Quando uma pessoa entra na loja, experimenta um batom, se olha no espelho e sorri, a gente vê o quanto isso faz diferença. É autoestima, é confiança. E o melhor: é acessível”, diz emocionada.
Com preços populares, atendimento acolhedor e produtos que cabem no bolso, as lojas de maquiagem de R$10 estão mudando o mapa do consumo no centro de Imperatriz e, de certa forma, também o modo como a cidade se enxerga no espelho.
