Texto e fotos: Eduarda Veloso
O bairro Vila Nova, localizado em Imperatriz (MA), sofre com os recorrentes alagamentos nos períodos de chuva. As ruas e as casas de várias pessoas são invadidas pela água, deixando assim, muitos moradores com um grande prejuízo, o que gera a perda de bens materiais devido às enchentes. Quézia Bezerra, uma moradora do bairro, conta como essa questão piorou muito no decorrer dos anos. “Antigamente, dava uma chuva das grandes e não alagava, mas hoje em dia qualquer chuvinha isso aqui enche”.
A senhora relata já ter perdido diversos bens materiais por conta desses alagamentos, pois a água acaba entrando na sua residência, danificando seus móveis. “Aqui, no tempo de chuva, eu não tenho sossego. Toda vez que fica trovejando eu torço pra não ser uma chuva forte”. Quézia deixa clara a sua aflição e o quanto queria poder descansar sem precisar se preocupar se pode ou não acordar com sua casa inundada.
Devido à força das enchentes, o asfalto fica comprometido, deixando as ruas cheias de buracos, o que atrapalha a passagem de pedestres e veículos. Suzana Leal, outra moradora, comenta a sua dificuldade de se locomover nas vias perto de sua casa. “Já levei queda de bicicleta quando fui levar minha filha pra tomar vacina no posto. Fui desviar do buraco, me desequilibrei e eu e Sofia pegamos uma queda feia”.
Suzana afirmou que felizmente ela e sua filha só tiveram machucados leves, mas que esse tipo de situação poderia ter acabado em algo grave. “Eu queria mesmo era que o prefeito mandasse arrumar essas ruas, porque a Vila Nova tá numa situação horrível de buracos, faz vergonha”, reclama.
Precariedade
Os moradores pedem urgentemente a pavimentação e manutenção. Maria Silva, moradora antiga do bairro, diz que nunca havia visto a Vila Nova em uma situação tão precária. “Aqui nessas ruas dava chuva e não alagava de jeito nenhum. As ruas não tinham o tanto de buraco que tem hoje. No tempo de inverno essa Vila Nova parece ilha, alaga por qualquer coisa. E quem se lasca são os moradores de casa baixa, que a água entra toda pra dentro de casa”.
Maria contou também que seu filho morava no mesmo bairro, mas decidiu se mudar devido à péssima infraestrutura do local. A senhora diz gostar muito de residir ali, mas confessa que já pensou diversas vezes em se mudar para outro lugar, onde não haja alagamentos. “Moro aqui há mais de 10 anos, minha fia. Tenho muitos conhecidos, mas em tempo de chuva é triste. Já entrou água aqui em casa um monte de vezes desses anos pra cá, perdi armário, rack, um monte de coisa”. Maria mostra que fez uma espécie de “murinho” na porta de sua casa para a água não entrar na residência, mas pondera também que nem sempre, dependendo da intensidade da chuva, ele consegue impedir o problema.
Julia Paiva, que vende lanches pela manhã na Vila Nova, diz o quanto a falta de pavimentação da rua prejudica o seu negócio. “Aqui nessa rua quase ninguém passa por causa dessa buraqueira toda. Meu movimento de vendas fica fraco porque as pessoas preferem ir pelo outro caminho que é melhor pra andar”. A vendedora espera muito que arrumem logo sua rua, para ela voltar a ter um rendimento melhor, já que esse trabalho é que gera a renda que sustenta sua família. E assim como ela, os moradores aguardam um posicionamento da prefeitura.
No início de julho deste ano, a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos da Prefeitura de Imperatriz divulgou, em nota oficial, que, “após terem sido destravados dois recursos para pavimentação asfáltica de vias urbanas, moradores de mais de 15 ruas na grande Vila Nova serão beneficiados com quase dez quilômetros de asfalto”.
Esta matéria faz parte do projeto “Meu canto também é notícia”, desenvolvido com os estudantes do 1º semestre do curso de Jornalismo da UFMA de Imperatriz (MA). Eles e elas foram estimulados a procurar histórias no entorno onde vivem.
