Esfiharia tradicional não aceita cartões mesmo com alta demanda digital

Preferência pelo pagamento sem adicionais de taxas mantém o preço baixo de salgados árabes

Agilidade no pagamento facilita circulação de clientes e fideliza consumidores no negócio de família

 

Especializada em comida árabe a Esfiharia do Tio Ali se mantém com uma clientela bem fixa. Localizada em um ponto movimentado de Imperatriz, próxima ao centro comercial da cidade, Rua Simplício Moreira, o negócio de família preserva não apenas o jeito artesanal de fazer as receitas, como também a forma tradicional de pagamento que não aceita cartões.

Em funcionamento desde 2009, a esfiharia defende a tradicionalidade e, segundo Tio Ali (Ale Omais Yassin), a placa logo na porta escrita “Não aceitamos cartões” nunca afetou ou diminuiu a clientela. Em vídeo postado na rede social, Mãe Ali (Tânia Yassin), a responsável pelas receitas do estabelecimento e mãe do Tio Ali, conta que se mudou de Karaoun, no Líbano, para Imperatriz há 50 anos. O contexto exposto cria relevância para o empreendimento ao afirmar traços fortes da cultura libanesa, um dos motivos para que a forma de pagamento não altere no valor e na qualidade do produto.

Quando questionado dos motivos da placa de aviso na porta de entrada, Tio Ali explica sobre as altas taxas em pagamentos com cartões. Normalmente os bancos e administradoras de cartão de crédito adicionam uma taxa extra sobre o valor, que é utilizada para cobrir os custos operacionais. Apesar dessa taxa não ter um valor fixo, costuma girar em torno de 4% sobre o valor da conversão. No entanto, fugindo da burocracia de impostos e ainda acompanhando a era do dinheiro digital, a esfiharia passou a aceitar pagamentos em Pix.

Com fila na porta antes de abrir, a lanchonete que funciona a partir das 16 horas está quase sempre lotada, prova de que o consumidor imperatrizense, ou até mesmo o brasileiro, dá muito valor aos ambientes que prezam pela qualidade e tradição. Apesar de já terem adotado um pagamento com dinheiro digital, eles não descartam a possibilidade de aceitarem cartões em um futuro próximo. Tio Ali admite que o mercado gira em torno da demanda de consumo e se em algum momento essa for a necessidade, a maquininha de cartão será mais uma realidade.

Família Yassin gere esfiharia firmada na tradição e no custo-benefício