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Nesse espaço relatamos histórias das pessoas diretamente atingidas pelas enxurradas dos dias 01 e 05 de abril na cidade de Imperatriz. Buscamos contar narrativas através de cinco perfis de famílias que moram nos bairros que foram mais afetados: Parque Alvorada II, Vila Ipiranga, e Cinco Irmãos.

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“Sobre os culpados, na hora do desespero pensei que a culpa era das autoridades, mas depois me conformei. Deus mandou a chuva e não tinha nada o que se fazer”.

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“A água levou tudo, até o piso!”

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O relato de Maria, umas das vítimas da enchente que devastou bairros da cidade de Imperatriz.

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Repórter: Ana Campos

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Crianças brincam entre os destroços do que foi uma geladeira, empilham cadeiras e compensados em uma espécie de barricada e dão utilidade aqueles escombros que um dia foram patrimônios desejados. Do outro lado da avenida no bairro Cinco Irmãos, em Imperatriz, alguns homens brincam com um pacato jogo de cartas, outros apenas fumam cigarro e observam nossa chegada. À espera, na porta de uma pequena casa de taipa, está uma senhora de pele morena e cabelos crespos. Ela nos observa com cautela, mas já sabe por qual motivo fomos até lá.

“O piso ainda está meio mole, meu primo terminou de fazer ontem. A água levou tudo, até o piso!”, relata a mãe de família Maria da Conceição Leide Lopes, de 45 anos de idade, enquanto mostra os cômodos vazios da pequena casa em que vive há 20 anos com o marido e quatro filhos. “Eu ganhei uma carrada de barro do meu filho mais velho, usei para aterrar a casa, depois fui ao material de construção aqui do bairro e falei com a irmã da igreja, que é dona do local, pedi pra ela me vender o cimento fiado. A irmã disse que não vendia fiado! Mas que estava com pena de mim por causa da chuva e acabou deixando eu pegar”.

Na sala da casa, existia um velho sofá confortável há duas semanas atrás, onde os filhos de Maria se reuniam para ver TV, que a pouco tempo conseguiram comprar, hoje a sala está vazia e triste. Um grande compensado faz a divisa do corredor e do primeiro quarto da casa, que depois da enchente deixou uma cama e um colchão recentemente seco. A mesa da cozinha não tem cadeiras, a própria cozinha não possui piso e a geladeira, que outrora funcionava, passou a ser usada como dispensa.

A chuva

No dia 05 de abril de 2019, após 12 horas de chuva, a cidade de Imperatriz acordou literalmente debaixo d´água. Choveu 120 milímetros de água, riachos transbordaram, ruas ficaram inundadas e casas foram invadidas pela enchente. Maria da Conceição, é um exemplo, das 1623 famílias que foram atingidas, somente no bairro Cinco Irmãos, localizado entre a Avenida JK e a BR 010, duas grandes vias da cidade de Imperatriz.

“As coisas sempre foram difíceis, irmã. Eu não tenho trabalho de carteira assinada, o dinheirinho de casa é R$ 230 da bolsa família e R$ 200 porque faço a faxina da igreja onde congrego. Meu marido não ajuda nas despesas, só quando faz um bico e isso quase nunca acontece”. Ela olha em volta, busca os olhares dos filhos que estão todos ao seu lado observando a mãe conceder entrevista e diminui o tom da voz, falando quase para si mesma: “Oh Jesus! É mesmo que não ter irmã, ele virou usuário de drogas depois de idade. Tem cinco anos que entrou nessa vida. Eu não conto com ele. Não o deixo porque é capaz dele morrer, se ficar sozinho, não tem quem cuide. Ele é o pai dos meus filhos”.

De acordo com Maria, a Avenida São João sempre alagou, por ficar muito próxima do Riacho Capivara. O córrego passa no quintal de sua casa. Ela lembra que em 2014 houve uma enchente na cidade que afetou grandemente o bairro, mas nada comparado ao estrago causado pelo temporal do dia 05 de abril.  “Quando alagava, a água entrava, mas logo saía. Dessa vez não, a água entrou pelos dois lados da casa, e saiu levando tudo pela frente. Eu perdi o meu sofá, cama, guarda-roupa e a geladeira. Muita roupa molhou e eu tive que jogar fora”.

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“Me bate um nervosismo, fico logo pesando que vai acontecer de novo, mas aí eu lembro que  se a água vim  já não tem mais nada pra levar”

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 O ato de doar

O bairro Cincos Irmãos recebeu doações de alguns pontos de coleta que foram organizados na cidade em auxílio das vítimas da enchente. A família de Maria recebeu algumas cestas básicas e roupas. Quando questionada sobre a ajuda da prefeitura, ela lembra que no primeiro dia do acontecimento, a gestão municipal mandou alguns marmitex para o almoço, mas somente isto.

Com o olhar perdido, desconfiado, ela explica, de forma tímida, que alguns amigos sugeriram que ela pedisse ajuda, para tentar amenizar as perdas, mas ela logo acrescenta: “Eu não fui, irmã, porque tem gente que dar as coisas e fica alegando. ‘Só tem isso porque eu dei’. Já fui muito humilhada com isso. Meu coração dói, irmã. Porque eu acho que quando você ajuda alguém, se tu ajuda de coração, tu não joga na cara”.

Ausência e medo

Maria menciona que tem problemas de saúde desde muito nova, o que sempre a impossibilitou de encontrar serviços fixos. Para incrementar o baixo orçamento da casa ela fazia geladinho e pudim e vendia nos finais de semana na igreja.  No entanto, agora, sem a geladeira, essa renda extra foi cortada. “Tudo faz falta, irmã, mas a geladeira faz bem mais. Quando sobra comida não tem onde guardar e se perde, a gente passa sede porque não dá pra ficar pedindo água nos vizinhos todo tempo”.

O tempo na cidade amenizou, depois da chuva que causou a enchente, mas em alguns dias o céu fica nublado, o vento sopra forte sobre as árvores e traz o temor de um novo alagamento. Perguntamos a Maria o que ela sente quando percebe que uma chuva está se formando. Com um breve sorriso no rosto, ela responde. “Me bate um nervosismo, fico logo pesando que vai acontecer de novo, mas aí eu lembro que  se a água vim já não tem mais nada pra levar”.

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“O prejuízo foi grande, é muito difícil, é triste você chegar e olhar para suas coisas e ter que tirar para jogar fora”

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“Foi a pior noite da minha vida”

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Aliciane da Silva e o esposo Manoel Alves relatam a noite em que foram expulsos da própria casa por conta da enchente.

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Repórter: Alice Caroline

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Era 04 de abril de 2019, parecia mais uma quinta-feira normal para Aliciane e sua família. Voltando do trabalho ela se deparou com a forte chuva que abalou a cidade de Imperatriz e deixou diversos bairros em situação vulnerável. O esposo, Manoel Alves, 35 anos de idade, estava em casa com o filho mais novo, Vitor Manoel, de 7 anos de idade, os dois esperavam ela chegar de mais um dia de trabalho.

“Já cheguei do serviço com a água no pescoço. Eu vim procurando lugar para poder conseguir chegar em casa, foi o jeito eu entrar na água e vim a pé” diz ela ao ser perguntada como conseguiu retornar para sua residência.

Aliciane da Silva Rodrigues tem 36 anos de idade e três filhos. Pedro Lucas o mais velho, de 16 anos de idade, João Lucas de 10 anos de idade e Vitor Manoel de 7 anos de idade. Ela trabalha como garçonete em uma pizzaria, entra às 16 horas e só chega em casa a noite, o esposo trabalha como soldador. Ela e sua família vivem no bairro Parque Alvorada há 22 anos.

Manoel Alves, chega todos os dias às 19h30 em casa, estava cuidando do filho Vitor enquanto Aliciane não chegava, quando naquela noite, assistindo televisão recebeu uma ligação da esposa, perguntando como estava a situação da rua onde moram. Aliciane foi ao trabalho na moto da família, e não tinha como passar pelas ruas alagadas. Ela ligava para o marido ir buscá-la em algum ponto da cidade.

Depois de conseguirem passar pelas ruas cheias de água e chegar em casa, resolveram esperar um pouco, deixaram a porta aberta, pois estavam com um mal pressentimento. Ficaram observando, até que resolveram ir dormir, acordaram com os vizinhos gritando, “levanta, levanta, que a água vai invadir a casa de vocês”. Foi o momento que se depararam com a enchente os expulsando. Tentavam a qualquer custo resgatar os poucos móveis que tinham, “Tentamos levantar o guarda-roupa, mas não deu tempo não. A água veio rápido demais, fazendo “redemoinho”, quando eu vi a água já estava por ali”, conta Aliciane, se referindo a marca do nível d’água na parede, ao qual passou de um metro de altura.

Uma madrugada diferente

Eram três horas da manhã do dia 05 de abril, quando a água invadiu sua casa e levou embora todos os sonhos da família. Os móveis, comprados com tanto esforço foram levados também, “só restou a geladeira e o fogão”, conta Manoel. “ E ainda entrou água, mas funcionou depois que a gente colocou ela no sol, passou uns dois dias desligada ai eu liguei e ela funcionou. A televisão eu consegui tirar na hora da chuva”.

Com o semblante triste, e com os olhos cheio de lágrimas, Aliciane conta que viveu a pior noite de sua vida, “Cheguei em casa e fui expulsa por ela [a enchente], você abrir mão de tudo o que tem, ser jogado da sua casa para fora, é muito triste, perdemos tudo. Todo mundo não tem o pior dia da sua vida? Então, essa foi a minha pior noite”. O marido sentado ao lado afirma: “Ser expulso sem você querer, de uma vez, foi uma coisa que eu nunca esperei”. Enquanto isso, o filho mais novo observa os pais, deitado numa rede.

Durante a chuva, os outros filhos de Aliciane e Manoel não estavam em casa, apenas o filho mais novo. O mais velho, de 16 anos, estava no trabalho e não voltou para casa. Ela, como uma mãe preocupada, ligou para o filho e disse para ele procurar outro lugar que pudesse passar a noite e dormir com segurança, pois, Pedro Lucas foi quase arrastado por um bueiro outro dia, “Graças a Deus estava só ele, porque se os outros tivessem teria sido mais aperreio” diz Manoel em alto tom.

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“Cheguei em casa e fui expulsa por ela [a enchente], você abrir mão de tudo que você tem, ser jogado da sua casa para fora, é muito triste, perdemos tudo.”

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Depois da chuva

O pai tinha sido um herói naquela madrugada. Ajudou os vizinhos que passavam pela mesma situação, tudo isso enquanto a água se encontrava ainda “baixa” em seu imóvel, “Quando eu saí para a casa do vizinho a água já estava dando em cima dessa tábua bem ai”, aponta para um pedaço de madeira que usam como passagem na porta da sala. E em um prazo de 15 minutos a água, junto com a lama, já havia entrado em sua casa. A parede, ainda úmida comprova onde chegou a enchente.

Depois que a tempestade se acalmou foram os três para fora de casa. Primeiro o filho, nos ombros de seu pai, depois Aliciane, ambos ficaram a mercê no meio da rua. A noite estava fria, e o medo ficava mais intenso. Eles esperaram o dia amanhecer, e às 10 horas da manhã foram acolhidos pela igreja católica do bairro, junto de várias famílias, que no momento, partilhavam da mesma dor. Permaneceram na igreja por três dias, até a água baixar e poderem voltar para casa, “Lá na igreja fomos bem tratados, não faltou nada, tinha o almoço, tinha janta, tinha roupas, não faltou nada para nós” afirma Aliciane, com os lábios cheios de gratidão.

De volta para casa

A família recebeu doações que ajudaram na primeira semana depois que voltaram para casa. Foi o momento de recomeçar a vida. Ao abrir a porta, daquele que antes era um lar limpo e arejado, se deparam com o vazio e a sujeira. O guarda-roupa, que não tinham terminado de pagar, estava cheio de água e lama. As roupas e calçados estavam impossíveis de serem usados novamente, foi o momento mais triste que Aliciane e seu esposo tinham vivido até o momento.

“Quando vimos a situação das coisas que a gente tinha, que a gente batalhou para conseguir e que agora perdemos e para gente conseguir tudo de novo vai custar muito tempo. O prejuízo foi grande, é muito difícil, é triste você chegar e olhar para suas coisas e ter que tirar para jogar fora”, conta Manoel, apontando para a casa vazia e para os entulhos que estavam na frente.

Depois de viverem tudo isso, a rotina tinha de continuar, só que desta vez com outros planos e metas. O sentimento de medo ainda os cerca. A rua e o bairro não são mais os mesmos, todos dividem aquela angústia da madrugada do dia 05 de abril. Ao serem perguntados como estavam se sentindo depois do ocorrido, ambos riram tímidos e o esposo, respondeu “A gente ainda não está bem não, mas a gente se sente melhor hoje, depois do que a gente passou”.

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Maria Ferreira Lima em frente a sua casa de madeira que foi totalmente destruída pela enchente

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“Só deu tempo de sair com a vida”

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Moradores do Parque Alvorada II relatam o drama sofrido durante a enchente no bairro

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Repórter: Ruilan Santos

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Marinete acordou 2 horas da madrugada quando percebeu que sua casa estava sendo invadida pela enchente. Sua primeira reação foi pegar a netinha no colo e tentar sair de casa com vida, apesar da chuva forte que caia lá fora. Todos os seus móveis estavam submersos pela água suja e fedida que entrava por todos os lados. Perplexa, apenas pediu a Deus que tudo acabasse bem.  Essa é a realidade de muitas famílias que moram no bairro Parque Alvorada II atingidos pela enchente causada por conta da forte chuva do dia 05 de abril deste ano.

Diarista e faxineira, Marinete Lima de Sousa, de 51 anos de idade, conta, em detalhes, tudo o que aconteceu naquela trágica noite. Depois de acordar desesperada, enfrentou a lama com sua filha Maria Antônia e sua netinha, de apenas dois anos de idade, em direção ao quintal. Pegou um banco e quatro cadeiras de plástico, suspendeu no muro e subiu para não ser arrastada, assim como todos os seus pertences.

Não se sentindo segura, procurou sair dali imediatamente para encontrar um lugar onde se abrigar. Parecia impossível achar um local que não estivesse destruído pela enchente, mas acabou ficando no manguezal e lá amanheceu juntamente com outras pessoas.

Rastros da destruição

A cidade de Imperatriz foi atingida por chuvas intensas e alagamentos em diversos bairros da cidade no mês de abril. A primeira chuva forte do ano aconteceu no primeira dia do mês, registrando um volume de 82,5 milímetros de água segundo a Defesa Civil. Colocando assim, toda a população em estado de alerta. No dia 05 de abril a chuva tomou proporções inacreditáveis, onde foi registrado um volume de 108,6 milímetros de água, deixando muitas famílias desabrigadas e desalojadas.

Dona Marinete, mora há 25 anos no bairro Parque Alvorada II e nunca tinha vivenciado algo tão devastador e aterrorizante. “A segunda chuva foi a mais forte e assustadora. A primeira chuva não foi tão forte, porque ela só veio até na calçada, não chegou a invadir a casa.  Aí a outra [chuva] disse “não, agora vocês saem”. A outra foi na quarta-feira, para amanhecer na quinta, aí foi obrigado nós correr”.

A água chegou a alcançar quase um metro de altura e Marinete mostra a marca da enchente na parede de sua casa, que ainda não secou. A água misturada com esgoto foi embora deixando rastros e levando junto tudo o que a dona de casa lutou para conseguir. A única coisa que conseguiu salvar foi a geladeira que estava em cima de um banco de compensado que ficou todo destruído. “Nós perdemos muita coisa, as roupas todas eu perdi, as que eu tinha, alimentos, tudo destruído. Não deu tempo de nada, só deu tempo de sair com a vida, graças a Deus.” 

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“A segunda chuva foi a mais forte e assustadora. A primeira chuva não foi tão forte porque ela só veio até na calçada, não chegou a invadir a casa. Aí a outra [chuva] disse “não, agora vocês saem.”

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Um novo começo

Após vivenciar este trágico acontecimento, Marinete esperou amanhecer, mas não sabia o que faria dali para frente. Foi acolhida, juntamente com outras famílias desabrigadas, na Igreja Católica Santa Luzia, uma comunidade do bairro. Lá permaneceu por três dias recebendo toda ajuda necessária, desde alimentação até roupas, pois já não as tinha.

Quase 19 dias depois do acontecido, Marinete tenta reconstruir sua vida junto do marido Francisco Gonçalves de Sousa, de suas duas filhas e netas. “A gente sente um vazio porque é uma coisa que eu nunca esperava, mas graças a Deus estamos aqui em pé na luta.”

Acabou voltando para sua humilde casa, mesmo perdendo tudo o que tinha. Atualmente vive de doações. “Esse período estamos vivendo de doações, deram umas cestinhas básicas, a ajuda foi boa, porque no momento nós não tínhamos o dinheiro para comprar as coisas, ficamos todos parados, sem trabalhar.” Relata a dona de casa, reconhecendo sua situação de vulnerabilidade.

Mesmo feliz por estar se reerguendo, ela teme que outra chuva forte possa desabriga-la novamente. “Eu tenho medo de ficar aqui, mas eu não tenho para onde ir, tem que ficar né? Nunca tive vontade de mudar daqui, quer dizer, vontade a gente tem, mas para onde?”  

Maria Ferreira Lima de Jesus foi outra vítima da enchente. A aposentada de 78 anos de idade, conhecida como Maria Zulmira, mora no bairro Parque Alvorada II desde a sua fundação e conta que nunca tinha passado por este sufoco. “Foi tudo agoniado, no aperreio para sair de dentro dessa água. Tudo molhando, acabando com tudo mesmo, nunca tinha vista uma coisa dessas”.

A aposentada mostra o rastro de destruição causado pela enchente. Sua casa, feita de madeira, está a ponto de desabar e todos os seus móveis foram destruídos.

Era de madrugada quando o filho de dona Maria, Marroni Lima de 26 anos de idade, a acordou dizendo que estava tudo cheio. Tiveram que sair da casa imediatamente, pois a mesma corria perigo de desabar. Então, foram correndo buscar abrigo na casa do vizinho, que também estava alagando, mas não corria perigo de desmoronar.

Dona Maria, diferente de dona Marinete, não pôde voltar para casa. Ela e o filho agora estão morando de favor em uma chácara, próxima ao seu antigo lar, e tudo o que possuem são das doações que receberam.

Questionada sobre como está sendo sua vida depois do que ocorreu, ela responde com um semblante desanimado. “Frágil, assim sem saber o que fazer, eu não gosto de ficar nas casas alheias. A gente só gosta do que é da gente, tenho vontade demais de voltar para minha casa”.

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Adriana no quintal de sua casa. Ao fundo, o banheiro que ficou isolado por causa da enchente.

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“Acordei com os pés dentro da água”

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Moradoras da Vila Ipiranga relatam o drama sofrido durante a enchente no bairro

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Repórteres: Evellyn Lima e  Agda Anastácio

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Aos 23 anos, Edivania da Silva Sousa não imaginava que precisaria reconstruir sua vida do zero, após perder tudo que tinha por conta de uma enchente. Há mais de dez anos ela é moradora do bairro Vila Ipiranga, e relata que apesar de morar perto de um riacho, nunca tinha passado por uma situação assim. “Quando acordei a água já estava acima do joelho, acordei já com os pés dentro da água”, diz.

O local onde ela vive dispõe de pouca estrutura física para suportar o fenômeno da enchente, a moradia tem um pequeno espaço, dividido em três cômodos, as paredes feitas com tábuas irregulares, piso recentemente feito pois a correnteza da última enchente retirou o que tinha antes. A falta de saneamento básico é também um sintoma da fragilidade enfrentada pela família da Edivania.

Mãe de três filhos, ela se lembra do desespero no momento em que teve a casa invadida pela água. Edivania estava com os filhos no quarto, quando a enxurrada tomou conta de tudo. “Eu acordei com meu pai me chamando, quando percebi a água já estava dentro de casa, fiquei muito ruim, comecei a chorar, pensando em tirar logo meus filhos daqui”, conta.

Com a gravidade da situação, ela só conseguiu deixar a casa quando o dia já estava amanhecendo, passou o resto da noite em claro, tentando salvar os únicos móveis que possuía, colocando-os o mais alto possível. “Levamos muito tempo para sair, porque o que sobrou nós estávamos tentando levantar, para a água não terminar de acabar”, relata.

Edivania só saiu durante a noite para avisar à prima sobre a enchente que se formava. “Adriana, a enchente!”, ela gritou. O terreno onde Edivania mora tem um portão para a rua de trás, onde fica a casa de Adriana. A passagem entre as duas residências ficou tomada pela água, dificultando a travessia.

 

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“Adriana, a enchente!”

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 “Adriana, a enchente!”

Adriana da Silva Santos, que tem 28 anos, reside com o marido José e o filhinho de três anos, Talisson, numa casa improvisada de tábuas, que nem lhe pertence, foi cedida pela irmã. Mora há tanto tempo na Vila Ipiranga que nem se lembra desde quando vive ali.

Quando chove muito, é comum que os arredores da casa fiquem alagados, mas é a primeira vez que a enxurrada invade sua residência. “Já alagava, mas não deste jeito aqui que alagou. Eu queria sair da casa era logo. Com o meu filho, eu tava pensando só no meu filho. Eu tava pensando só no meu filho.”

Na noite da segunda enchente, Adriana estava no quarto com o marido e o filho, já deitados, quando começou a alagar. “Aí na hora que nós vimos a água entrando, eu já fiquei atordoada com o meu marido, já comecei a chorar, me desesperar. Aí eu falei assim: ‘Oh, meu Deus, vai acontecer isso de novo comigo? Perder minhas coisas de novo?’. Meu filho começou a chorar também. Aí a gente entra em desespero”, conta Adriana.

Ela perdeu tudo na primeira enchente: de móveis como um armário, cômoda e colchão, até alimentos como arroz e feijão. No segundo alagamento, a família perdeu as doações que havia recebido, como roupas e alimentos.

Além de tentar salvar as próprias coisas, Adriana e o marido foram à casa de Edivania para ajudá-la a salvar as suas também. Passaram a noite ali, no meio da água do alagamento, tentando proteger os objetos de valor que possuíam e as próprias vidas. Pela manhã, o nível da água ainda era alto, impossibilitando a família de ficar no espaço que já era pequeno para todos que ali estavam. Adriana, marido e filho, juntamente com Edivania, o marido dela, filhos e sua mãe conseguiram sair da casa com a ajuda da igreja, que também lhes proporcionou alojamento.

A mãe de Edivania e tia de Adriana, Marlene, vive com o marido Edivan, numa casinha em condições semelhantes às da filha e da sobrinha, situado nos fundos da casa de Edivania.

 

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Edivan  não quis sair com a família da casa, armou uma rede o mais alto que pôde e ficou ali chorando, “guardando” a residência até as coisas melhorarem. Apesar de ter uma moradia simples, Marlene conta que  não se inscreveu no programa social Minha Casa Minha Vida, que poderia lhe proporcionar uma casa melhor. “Eu pensei em fazer o cadastro. Mas ao menos eu tenho esse barraquinho. Achei melhor deixar para quem não tem nada.”

 

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Marlene, em frente a casa da filha que foi atingida pela enchente.

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“Aí na hora que nós vimos a água entrando, eu já fiquei atordoada com o meu marido,  comecei a chorar, me desesperar.”

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Ajuda x Conflitos

Edivania e Adriana encontraram ajuda através do pessoal da igreja em que  congregam, a Nova Aliança. Para elas, a ajuda deles chegou em boa hora. “Eles vieram, tiraram nós daqui de dentro d’água”, conta Adriana. Logo depois, elas foram levadas para um alojamento que ficava numa escola do bairro, espaço alugado pela igreja. Segundo Edivania, a rotina e o tratamento que recebiam no alojamento era bom, mas não supera estar na própria casa. “Era assim, era melhor do que nós estar na casa alagada, mas não era muito bom, porque bom mesmo é a gente estar dentro da nossa casa”.

As dificuldades também aconteceram em outra ocasião, na Igreja São Pedro, onde ficava a distribuição das doações para as famílias atingidas pela enchente. Apesar de ter cestas básicas para doação, Edivania e Adriana tiveram muita dificuldade para  recebê-las, porque, segundo algumas pessoas da distribuição informaram a elas, havia um desentendimento entre as igrejas envolvidas nas doações, o que resultava em um racionamento das cestas, sem ser a falta de alimentos o motivo.

Se por conflitos entre religiosos, possibilidade levantada por elas, ou por racionamento de doações (que eram feitas através do uso de senhas), para dar prioridade a quem não teria recebido ainda, elas não entenderam direito o motivo.“Eles alegavam tudo pra nós. Não sei como foi isso não”, Adriana reflete.

Medo da Chuva

A possibilidade de novas chuvas fortes e alagamentos ainda tiram a paz de Edivania,  Adriana e suas famílias. Quando qualquer sinal de chuva aparece, eles já buscam resguardar o pouco que têm. “Aí nós atrepa as coisas. Ontem mesmo, ontem nós tava apavorado, eu mais meu marido. Meu marido deu até dor de cabeça. Nós falamos assim: Meu bem, bora atrepar esse fogão logo nessa mesa, e essa geladeira…”, relata Adriana.

As coisas de Adriana ainda estão o mais alto possível. Geladeira sobre tijolos, fogão sob vigilância para ser protegido sobre a mesa, e assim por diante. Ela também perdeu o banheiro, que fica fora da casa, no quintal. A passagem para ele foi tomada pela água, que ainda persiste dias após a enchente. “Aí nós um jeito pelos matos, por aí”, diz Adriana, sobre a solução para suas necessidades de ir ao banheiro. Mas o pior de tudo ainda é o medo que ficou de novas enchentes. “Ah, nós morre de medo, fia. Nós morre de medo.”

Everton de 7 anos, Heitor de 5 e Enzo de 2, filhos de Edivania,  também carregam traumas da enchente. Quando o tempo está fechando eles sempre questionam a mãe se outra inundação vai acontecer. “Quando percebemos que vem chuva forte já ficamos preocupados, as crianças têm medo também, ficam sempre falando: Mãe, já vai encher? Vamos perder as nossas coisas?”, conta Edivania. O som da chuva já não soa da mesma forma para esses meninos.

 

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