Luiza Amanda
Com a chegada da safra do açaí em Imperatriz, os comerciantes, enfrentam a dificuldade de equilibrar preços devido à queda no valor de venda na feira do mercadinho porque os custos de aquisição do caroço permanecem altos. Compradores observam que as expectativas de preços mais baixos nem sempre são atendidas, complicando o equilíbrio entre oferta e demanda.
Comerciantes da cidade de Imperatriz estão vivenciando mudanças significativas nas suas vendas. Iolanda Silva, do povoado 1700, que trabalha na Feira do Mercadinho, compartilha suas experiências durante esse período de alta oferta do fruto.
“A safra do açaí é crucial para o meu sustento. Os preços caem bastante nessa época, o que é bom para nós que compramos e preparamos o produto para venda. No entanto, os colhedores continuam recebendo bem, já que a demanda pelo caroço de açaí permanece alta”, explica Iolanda.
Durante a safra, Iolanda enfrenta desafios financeiros. “Os preços caem muito na Feira do Mercadinho, mas continuamos pagando caro pelo caroço, porque os colhedores têm muitos compradores e não precisam baixar seus preços. Já os clientes que compram o açaí em líquido esperam pagar menos por saberem que estamos na safra.”
Iolanda espera que até o final da safra consiga alcançar seu lucro esperado, aproveitando a boa produção deste ano. No entanto, a parceria com os produtores de açaí apresenta dificuldades. “Muitas produtoras têm maridos ou filhos que colhem o açaí para elas, permitindo que vendam a preços muito baixos. Eu, sem essa ajuda, tenho que comprar meu produto, o que torna um grande desafio alinhar meus preços com os delas.”
A dinâmica de preços e a competição acirrada na safra do açaí refletem a complexidade do comércio local em Imperatriz, onde comerciantes como Iolanda lutam para equilibrar custos e lucros em um mercado competitivo
Segundo José Carlos, comprador frequente de açaí na Feira do Mercadinho, a mudança nos preços é perceptível para os consumidores. “Durante a safra, a gente espera encontrar preços mais baixos, mas nem sempre é assim. Tem muitos vendedores que não conseguem baixar tanto o preço por causa do custo elevado de produção. Acaba sendo um jogo de oferta e demanda que nem sempre favorece quem está comprando”, comenta José.
Com a expectativa de uma safra produtiva, comerciantes e consumidores em Imperatriz seguem ajustando-se às flutuações do mercado, cada um buscando tirar o melhor proveito possível desse período de abundância do açaí.
Iolanda com seus litros de açaí na Feira do Mercadinho. Foto: Luiza Amanda