“A adoção das inteligências artificiais nas instituições acadêmicas é irreversível”, afirma especialista 

Por: Ana Maria Nascimento

“A inteligência artificial vai vir para complementar e potencializar as competências e capacidades do ser humano”, é o alerta do engenheiro em redes de comunicações pernambucano, Carmelo José Filho, especialista em Inteligência Artificial. O pesquisador falou sobre os impactos da inteligência artificial no ambiente acadêmico e destacou a importância dos alunos estarem atentos às novas ferramentas tecnológicas em sua palestra na VII Semana Acadêmica de Pesquisa, Inovação e Extensão (SAPIENS), realizada pela Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (Uemasul), entre os dias 06 e 08 de novembro.

Cientista discute sobre os impactos da inteligência artificial na educação (Créditos: Assessoria da Uemasul)

Em entrevista, o palestrante destacou que a inteligência artificial se tornou acessível para todos, mas não tem o propósito de substituir as pessoas. “A inteligência artificial vai vir para complementar e potencializar as competências e capacidades do ser humano”, ressaltou. 

De acordo com a pesquisa feita pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), em parceria com a Educa Insights, sete a cada dez universitários usam, frequentemente, as ferramentas de inteligência artificial em sua rotina de estudos. Para a estudante do sexto período de Biologia, Vanessa Barros, o uso de IA’s já é parte do cotidiano, ainda mais pelas transformações que estão acontecendo em vários setores, incluindo o acadêmico. “Acredito que, ao integrar a tecnologia de forma inteligente e ética, conseguimos criar um ambiente educacional mais dinâmico e acessível, pronto para enfrentar os desafios do futuro”, afirmou. 

A Abmes ainda mostra que as ferramentas mais conhecidas pelos acadêmicos são o ChatGPT, Gemini, CopyAI, IBM Watson, dentre outras. O professor Carmelo exemplificou que estas plataformas podem ajudar na correção de textos, sintaxe, identificação de erros de concordância e até fazer traduções para outras línguas. “Isso permite que a gente possa, por exemplo, gerar material, conteúdo, que pode ser usado em algumas das atividades que a gente faz na academia”.

Porém, ele reforçou que sempre existe a possibilidade dessa tecnologia ser usada de forma inadequada. “A inteligência artificial tem esse potencial, principalmente, porque ela está acessível às pessoas. Ela pode gerar fake news de forma aleatória e ser colocada numa rede social, comprometendo, por exemplo, a popularidade ou a imagem de uma pessoa”, apontou. O Projeto de Lei 2338/23 está em análise no Senado Federal e dispõe sobre a regulamentação do uso de inteligência artificial no território nacional.

Sobre a SAPIENS

Nesta edição, a SAPIENS teve como tema Potencialidades e desafios da inteligência artificial no espaço acadêmico. O Coordenador de Pesquisa da Uemasul, Weverton Rodrigues, informou que a temática foi escolhida por causa do “crescente impacto da inteligência artificial (IA) nas diversas áreas do conhecimento e sua relevância para o ambiente acadêmico”. A programação contou com palestras, exposição de trabalhos e minicursos. A SAPIENS teve a participação de mais de 800 inscritos, sendo estudantes da instituição, funcionários, acadêmicos de outras universidades e o público em geral.