Por: Rita Maria Sousa
O movimento no principal centro comercial da cidade, o Calçadão, segue abaixo do registrado em anos anteriores. Segundo comerciantes, o ritmo lento nas vendas tem relação direta com o pagamento da primeira parcela do décimo terceiro salário, que tradicionalmente impulsiona o consumo no fim do ano.
De acordo com dados da Confederação Nacional dos Lojistas (CNL), o décimo terceiro injetou cerca de R$69,75 bilhões na economia brasileira no mesmo período do ano passado, contribuindo significativamente para o aquecimento do comércio.
Apesar do cenário atual, o presidente da Associação dos Lojistas do Calçadão de Imperatriz, Luís Paulo Marques, mantém o otimismo e acredita que o volume de vendas deve superar o do ano passado. Ele lembra que o Natal é a terceira data mais importante para o varejo e o atacado. “Se você não dá um presente, acaba comprando algo para si mesmo, seja uma roupa para a confraternização, seja um presente que deseja oferecer a alguém”, afirmou.
A movimentação de pessoas realizando compras no calçadão ainda é pequena.
A primeira parcela do décimo terceiro salário dos trabalhadores, está prevista para sair dia 20 de novembro e a segunda, 20 de dezembro. A expectativa é que, com a liberação dos recursos, o movimento no comércio local aumente significativamente nas semanas que antecedem o Natal.
Luís Marques, destacou ter observado uma queda nas vendas ao longo de todo o ano. Segundo ele, essa retração é também resultado da falta de incentivos por parte do Governo Federal. As altas taxas das linhas de financiamento dificultaram o acesso do comércio, tanto varejista quanto atacadista, a empréstimos destinados à reposição de estoques. Essa limitação, explicou Marques, impediu que muitos lojistas se preparassem adequadamente para o mês de dezembro, período em que as vendas costumam aumentar. “A dificuldade em manter o estoque renovado impacta diretamente o desempenho das vendas”, falou o presidente da associação.
Apensar da oscilação nas vendas no comercio presidente da associação dos lojistas do calçadão de Imperatriz se mantêm otimista.
Já a empresária Lindalva de Jesus Machado, proprietária de uma loja de calçados e acessórios no calçadão de Imperatriz, acredita que o Natal deste ano não terá vendas tão expressivas quanto as dos anos anteriores. Ela prevê um período difícil ou, no máximo, semelhante ao do ano passado, em razão da queda contínua nas vendas mensais.
A empresária atribui essa situação à instabilidade do governo e ao clima geral de incerteza na economia, que leva pequenos empreendedores a hesitarem em assumir novos compromissos. Além disso, ela destaca a dificuldade em encontrar mão de obra, devido aos programas sociais do Governo Federal. Segundo Lindalva, muitas pessoas recusam oportunidades de emprego por causa do vínculo empregatício formal. “Quando a pessoa assina a carteira, perde o benefício do governo”, afirma Jesus Machado.