Educação inclusiva requer mais do que formação inicial, diz coordenadora do Siadi

Curso do Siadi usando dinâmicas na metodologia de aprendizagem Foto: Sarah Ribeiro

Em Imperatriz, a coordenadora do Setor de Inclusão e Atenção a Diversidade (Siadi), Leila Lopes, relata que o principal obstáculo à implementação da educação inclusiva tem relação com os professores, “a formação inicial geralmente não contempla e nem todos se disponibilizam a buscar”. De acordo com uma pesquisa divulgada em 2023 pelo IBGE e Ministério de Desenvolvimento Humano e da Cidadania (MDHC), no Brasil há 18,6 milhões de pessoas com deficiência.

No Siadi são disponibilizados, palestras, eventos e cursos com vagas destinadas a servidores da rede municipal, no entanto, também existem vagas para a comunidade em todas as turmas. São oferecidos cursos de Libras (básico, intermediário e avançado) e Braille (básico e avançado). Periodicamente, também são oferecidas formações para cuidadores, internas e para professoras de Salas de Recursos.

“Tinham muitos professores que não eram preparados para lidar com a criança especial”, conta Sandra Furtado, mãe de Ian, de 16 anos, que tem deficiência visual e Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ela explica que nas escolas onde o Ian estudou, ele teve muito pouco apoio dos professores, mas que tiveram sorte do profissional ledor oferecido pela escola ser muito dedicado ao desenvolvimento do jovem, era ele que fazia as atividades adaptadas que deveriam ser feitas pelos professores.

Para Sandra, a situação é muito difícil porque exigia cobrança constante dos pais. Ela relata que precisava fazer reclamações constantes junto aos pais de outras crianças com TEA, por causa da falta de interesse dos educadores em praticar a educação inclusiva.

Leila afirma que o trabalho voltado para a inclusão de estudantes com deficiência, a formação de professores e demais profissionais de apoio à inclusão, são alicerces fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e inclusiva. Eles não apenas atendem aos direitos humanos, mas também promovem o desenvolvimento de todos os alunos e preparam as gerações futuras para conviverem em um mundo diversificado.

Oportunidades especialização em educação inclusiva:

Curso de Especialização em Educação Especial e Inclusiva, na modalidade Ead, ofertado pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema), por meio do Núcleo de Tecnologias para Educação (UemaNet). O curso terá a duração de 18 meses, totalizando uma carga horária de 465 horas. As inscrições já estão abertas e permanecerão disponíveis até o dia 13 de outubro de 2023, com taxa de R$50 reais, através do site: seletivos.uemanet.uema.br/.

O Ministério da Educação (MEC) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) lançaram, edital de fomento a Equidade, dia 21 setembro, o Programa Nacional de Fomento à Equidade na Formação de Professores da Educação Básica (Parfor Equidade). Mais informações acesse: https://www.gov.br/capes/pt-br/assuntos/noticias/mec-e-capes-lancam-edital-para-formacao-de-professor