O sete de setembro foi marcado por manifestações em todo o Brasil. Além das manifestações pró-governo e contra, tivemos também o movimento nacional do Vigésimo Sétimo Grito dos Excluídos que acontece em várias cidades do país, um projeto iniciado pela Igreja Católica a pelo menos 21 anos em conjunto com MST, pastoral da terra, comitê de cidadania, sindicato dos professores, feministas, entre outros grupos.
O Sétimo Grito dos Excluídos é um movimento que busca contrapor as comemorações do dia da Independência, “faz aquela festa bonita da independência sendo que o povo não tem isso, os excluídos sempre tem os que estão com fome e desempregados. E fica só aquela fantasia daquele desfile bonito de emocionar o povo” afirma, Maria Neta das Neves que participou desse manifesto e das manifestações contra o governo nas cidades de Timon e Terezina.
Além disso, Maria Neta aponta as divergências do Presidente Bolsonaro em relação a defesa da vida e da natureza, foco de atenção do Sétimo Grito. “O pouco apoio que o povo tem [ele] ainda está indo contra os poderes”. Opinião compartilhada por Maria Auxiliadora (56) que embora não tenha participado dos manifestos por conta da pandemia, sempre esteve envolvida em manifestações a favor dos direitos civis, e acompanhou pelos jornais online o sete de setembro. Maria Auxiliadora diz não compreender os manifestantes pró-governo, ao ver uma faixa pedindo o regime militar, desabafa “Sinceramente, eu digo, meu Deus, o que é isso?! Quer dizer que [eles] estão lutando para que a população não tenha direitos?”