Texto de Ane Sandes e Jéssica Lima
Desde o decreto da pandemia da Covid-19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em março de 2020, muitas mudanças geraram adoecimento mental. Neste período de isolamento social, os casos de depressão aumentaram 90% e pessoas com crise de ansiedade e estresse também cresceram significativamente, segundo um estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e publicado pela revista The Lancet. Em Imperatriz, a procura por atendimento na área de saúde mental registrou o aumento de aproximadamente 30% em maio de 2020, e seguiu avançando gradativamente durante esses meses na pandemia. Casos como ansiedade e insônia estão entre os mais relatados pela Rede de Saúde Mental da cidade.
Diante da necessidade de distanciamento social, alguns psicólogos passaram a oferecer atendimentos online. A psicóloga Iranny Marinho, de 27 anos, diz que no início os pacientes ficaram resistentes ao atendimento à distância, mas depois aceitaram. Assim, com o passar dos primeiros meses houve um crescimento nos casos de pessoas com transtornos psicológicos, trazendo o aumento na procura por ajuda psicológica. “A procura por atendimento psicológico aumentou tanto presencialmente quanto online, e tem se intensificado mais a cada mês”, conta Iranny.
A chegada da pandemia acarretou uma nova e difícil realidade, onde a população se viu afetada de diferentes maneiras, assim como a falta de contato social, algo considerado importante para a saúde, já não poderia ser possível. O fechamento das escolas, mudanças de método de trabalho e diversão, impulsionaram para que parte da população brasileira apresentasse sintomas psíquicos e de transtornos mentais.
O auxiliar administrativo, Pablo de Paula Souza, 19 anos, descreve que precisou retornar para consultas psicológicas por conta do distanciamento social. “Eu estava com problemas de ansiedade e depressão. Ansiedade por conta dos estudos que a pandemia empatou, e depressão porque eu estava ganhando muito peso por estar só em casa”, diz.
A psicóloga Iranny conta que a relação entre doença e saúde está muito vinculado ao bem estar da pessoa, por isso, é importante adotar alguns hábitos saudáveis para o dia a dia de quem está em isolamento. “A pandemia trouxe muitas demandas associadas aos sintomas ansiosos e havia uma relação estreita entre o isolamento social, a insegurança e os sintomas ansiosos”, pontuou.
O acompanhamento psicológico teve grande importância durante esse período, possibilitando acolhimento para muitas pessoas enfrentarem os impactos causados pelo isolamento. “Me ajudou bastante. Eu senti que comecei a ter uma resolução melhor da minha vida ali”, conta Souza.
Em imperatriz, é possível conseguir acompanhamento psicológico gratuito nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) especializados em saúde mental, com uma equipe de profissionais capacitados para o atendimento individual e em grupo; oficinas terapêuticas; visita domiciliar; atendimento à família; atividades comunitárias; acolhimento diurno e noturno.