Placa de material reciclado pode substituir o mármore e reduzir impactos ambientais na construção civil

Texto e fotos de Gabriel Henrique

O Projeto “Ecoplaca – placas ecológicas” desenvolvido por alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Açailândia, visa a diminuição dos impactos ambientais causados pela construção civil.  Através da junção de dois poluidores do meio ambiente, os sacos de cimento e copos plásticos descartáveis, eles desenvolveram uma  placa ambientalmente correta, semelhante ao mármore e o granito, só que não poluente.

Placa de material reciclado pode substituir o mármore nas construções
Placa de material reciclado pode substituir o mármore nas construções

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), os sacos de cimento possuem alta resistência levando de 3 a 6 meses para se decompor no meio ambiente, já os copos descartáveis demoram cerca de 100 anos. Logo, a ideia foi associar a resistência do papel e a durabilidade do plástico na criação de um produto totalmente renovável. A ecoplaca é uma alternativa à frente para substituição dessas pedras na indústria e pode ser destinada à indústria moveleira para a confecção de mesas, compensados, ramo de pedras ornamentais, pisos e afins.

A ex-aluna e desenvolvedora da ecoplaca, Kassya Araújo, contou que ideia do projeto surgiu a partir de uma apresentação em sala, sobre a redução dos impactos da construção civil. “A necessidade da criação de uma placa ecológica, foi visualizada através da grande quantidade de entulhos provenientes das construções, os sacos de cimento precisam de uma destinação adequada, não podendo ir para lixões ou aterros sanitários, por conta dos resíduos de cimento, que agridem rios e lagos através dos lençóis freáticos. A placa ajudará a minimizar os efeitos causados pelo papel e o plástico no meio ambiente”, revelou.

A placa ecológica é confeccionada essencialmente pela trituração dos sacos de cimento em água e copos descartáveis recortados, que aquecidos a altas temperaturas, formam o produto.  A expectativa é que até o final de 2016 iniciem os testes de nivelação, dureza e resistência da placa. Os testes visam aprimorar a ecoplaca para a comercialização.

Material é resistente e mais barato
Material é resistente e mais barato

“Já estamos trabalhando na placa acerca de um ano e meio. Os testes realizados na ecoplaca seguem um cronograma desenvolvimento. A expectativa é que ela seja inserida no mercado após os testes finais”, afirma o instrutor de ensino do Senai e desenvolvedor do projeto, Keneth Carvalho, sem revelar o valor estimado da ecoplaca.

O projeto foi destaque no Inova Senai 2014, programa que incentiva a criação de ideias inovadoras, para jovens que desejam ingressar no mercado profissional. Premiado com o 3° lugar na categoria Tecnologia Industrial. Recentemente, o projeto foi apresentado na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do Maranhão (SNCT/MA), que ocorreu pela primeira vez em Imperatriz nos dias 19 a 22 de outubro.