[et_pb_section fb_built=”1″ fullwidth=”on” _builder_version=”3.17″ custom_padding=”0px|0|0|0px|false|false” top_divider_color=”#000000″ top_divider_height=”196px” top_divider_height_phone=”74px” top_divider_height_last_edited=”on|phone” bottom_divider_style=”graph3″ bottom_divider_color=”#ffffff” bottom_divider_height=”135px” bottom_divider_height_tablet=”80px” bottom_divider_height_phone=”54px” bottom_divider_height_last_edited=”on|phone”][et_pb_fullwidth_image src=”http://imperatriznoticias.ufma.br/wp-content/uploads/2018/11/Representatividade-1.jpg” _builder_version=”3.17″] 
[/et_pb_fullwidth_image][/et_pb_section][et_pb_section fb_built=”1″ _builder_version=”3.17″ background_color=”rgba(255,255,255,0.08)” background_blend=”soft-light” custom_padding=”51.1875px|0px|51.1875px|0|false|false”][et_pb_row make_fullwidth=”on” custom_width_px=”2148px” _builder_version=”3.17″][et_pb_column type=”4_4″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_text _builder_version=”3.17″ inline_fonts=”Alike”]

Mercado de brinquedos

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[/et_pb_divider][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row _builder_version=”3.17″][et_pb_column type=”3_5″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_text _builder_version=”3.17″]

Uma das formas de apresentar a representatividade negra para as crianças é através dos brinquedos, objetos que são adorados por elas e podem ser uma ferramenta de identificação. Entretanto, o mercado de brinquedos no Brasil não reflete a diversidade da sua população, o que se vê nas prateleiras das lojas são bonecas de pele clara, olhos azuis, cabelos loiros e traços finos.

Um estudo feito no ano de 2016 e repetido em 2018 demonstra essa grande diferença na oferta de bonecas brancas e negras. A ONG Avante, por meio da campanha “Cadê Nossa Boneca?” fez uma análise sobre a presença de bonecas negras nas empresas associadas à Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). No ano de 2016, apenas 3% das bonecas comercializadas eram negras. O segundo estudo, feito em março de 2018, mostra que o número de comercialização continua o mesmo, mas a porcentagem de fabricação teve um pequeno aumento.

Dois anos atrás, 26 fabricantes foram analisados e das 1.954 bonecas fabricadas, apenas 131 eram negras, o que representa 6,3% do total. Esse ano, dos 762 modelos contabilizados, 53 era de negras, o que representa um total de 7%.  O estudo também analisou as lojas online da Americanas.com, Ri Happy e Walmart.com e constatou que apenas 3% das bonecas disponíveis para venda são negras.

 

[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type=”2_5″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_image src=”http://imperatriznoticias.ufma.br/wp-content/uploads/2018/11/IMG_20181030_161746239.jpg” _builder_version=”3.17″ box_shadow_style=”preset1″ box_shadow_horizontal=”5px” animation_style=”fade”] 
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Bonecas brancas compõem a maioria das prateleiras das lojas. Foto: Danielle Carolina Costa

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row _builder_version=”3.17″][et_pb_column type=”1_2″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_testimonial author=”Amanda Barros ” job_title=”Medicina Veterinária – Uemasul” portrait_url=”http://imperatriznoticias.ufma.br/wp-content/uploads/2018/11/Amanda.jpeg” quote_icon_color=”#000000″ quote_icon_background_color=”#FFFFFF” portrait_width=”93px” _builder_version=”3.17″ body_font=”||||||||” background_color=”rgba(0,0,0,0.72)” border_radii=”on|15px|15px|15px|15px” border_color_all_portrait=”#000000″ box_shadow_style_image=”preset1″ box_shadow_color_image=”#FFFFFF” text_orientation=”justified” background_layout=”dark” animation_style=”fade” background_color__hover=”#000000″ background__hover_enabled=”on”]

Eu só tive uma boneca negra, todo mundo dizia que essa boneca era feia. Eu lembro que eu pedi ela no dia das crianças, minha mãe insistiu para eu levar outra boneca, mas eu queria ela. Toda vez eu levava para escola, diziam que ela era feia, até mesmo em casa. Quando você vai crescendo, você vê que sua cor é diferente da cor daquela boneca, que seu olho não é azul, que seu cabelo não é loiro. Minha boneca negra era feia e ela combinava comigo. A reação das pessoas faz com que você ache feio ser quem você é. Também não tive muita referência de herói negro, princesa negra, de negro apresentando programa de TV. Isso faz com que você se sinta excluído ou que você não é bonito por não ter aquelas características de pessoas brancas.

[/et_pb_testimonial][/et_pb_column][et_pb_column type=”1_2″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_testimonial author=”Lohana Torquato” job_title=”Agronomia – UFMA” portrait_url=”http://imperatriznoticias.ufma.br/wp-content/uploads/2018/11/lohana.jpeg” quote_icon_color=”#000000″ quote_icon_background_color=”#FFFFFF” portrait_width=”93px” _builder_version=”3.17″ body_font=”||||||||” background_color=”rgba(0,0,0,0.72)” border_radii=”on|15px|15px|15px|15px” border_color_all_portrait=”#000000″ box_shadow_style_image=”preset1″ box_shadow_color_image=”#FFFFFF” text_orientation=”justified” background_layout=”dark” animation_style=”fade” background_color__hover=”#000000″ background__hover_enabled=”on” filter_hue_rotate__hover_enabled=”on”]

Em toda minha infância eu tive uma boneca negra, uma “bebê frutinha”, minha mãe sempre gostou de trazer essa representatividade pra dentro de casa.  Isso não influenciou na minha autoestima diretamente. Outros fatores, como por exemplo, no meu âmbito escolar, ter sofrido preconceito por conta do meu cabelo, principalmente. Tanto é que hoje não uso meu cabelo natural. Hoje, como mulher adulta, vejo que a criança é muito influenciada pelo que vê, pelo que ouve. Nunca tivemos representantes negros em desenhos, em brinquedos, fazendo com que as outras crianças achassem que aquele padrão branco, cabelos lisos, fossem o certo, acredito que desde criança já somos influenciados pelo que vemos.

[/et_pb_testimonial][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row make_fullwidth=”on” custom_width_px=”2148px” _builder_version=”3.17″][et_pb_column type=”4_4″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_text _builder_version=”3.17″ inline_fonts=”Alike”]

Comércio em Imperatriz – MA

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[/et_pb_divider][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row _builder_version=”3.17″][et_pb_column type=”3_5″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_text _builder_version=”3.17″]

Em Imperatriz, o resultado não é diferente. Nas diversas lojas do famoso centro comercial da cidade, o Calçadão, é possível notar diversidade de bonecas nas prateleiras que variam desde o bebê até brinquedos de princesas famosas. No entanto, essa variedade só é notada no tamanho, modelo ou coleção, quando se trata de etnia o cenário é o mesmo: majoritariamente são bonecas de cor branca que predominam.

Cinco lojas foram visitadas no Calçadão pelas repórteres para averiguar se havia bonecas negras para venda. Os estabelecimentos possuíam uma quantidade numerosa de bonecas à venda, mas apresentavam suas particularidades. Na loja Gil Variedades, houve uma especificidade, o proprietário da loja, Gilvan Santos, notou que havia uma alta procura das bonecas negras pelas mães imperatrizenses e falta dessa diversidade no mercado. Por conta disso, Gilvan afirma sempre fazer pedidos de tais bonecas e garante que já possui clientes fixos para elas. Além disso, o dono da loja de brinquedos reforça que ainda há uma ausência dessa variedade na fabricação, “apenas duas fábricas que me fornecem elas [as bonecas negras], as outras não têm [essa diversidade]”, completa.

No estabelecimento JP Variedades, não foi encontrada nenhuma boneca de cor preta. No entanto, a subgerente Greice Kelly Negreiros afirma que como a procura por esse tipo de boneca é alta, elas não ficam muito tempo nas prateleiras. Além disso, Greice confessa que não há muitos modelos para a criança escolher e acrescenta que não há opção negra para bonecos masculinos por conta das fábricas que não mandam.

Na loja conhecida popurlamente como Zumica, pode-se perceber na vitrine duas bonecas negras. Mas ao adentrar o estabelecimento, o cenário inicial se repetiu: uma pluralidade de opções de brinquedos e apenas três bonecas de cor preta à venda. Estas ainda estavam atrás de caixas, tornando-as impercebíveis para quem as procurasse. Ao questionar a gerente, a mesma afirmou estar ocupada no momento e não poderia responder.

Na franquia da Lojas Americanas, havia uma abundância de brinquedos e somente uma opção de boneca negra dentre as quatro prateleiras de brinquedos ofertantes. Na loja Bazar Ipanema, houve a mesma ausência, somente uma boneca negra estava sendo ofertada. A diferença deste segundo estabelecimento é a opção de bonecos para garotos, mas como as ofertas anteriores, apenas uma opção negra. 

[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type=”2_5″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_image src=”http://imperatriznoticias.ufma.br/wp-content/uploads/2018/11/afro-doll.png” _builder_version=”3.17″ animation_style=”fade”] 
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Há poucas bonecas negras para venda em Imperatriz. Foto: Divulgação

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row _builder_version=”3.17″][et_pb_column type=”1_2″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_circle_counter title=”Taxa de produção de bonecas de cor pretas das quatro fábricas – As autoras 2018″ number=”24″ bar_bg_color=”#8300E9″ circle_color=”#000000″ circle_color_alpha=”0.3″ _builder_version=”3.17″ max_width=”265px” module_alignment=”center” custom_margin=”1px||” custom_padding=”100px||0px”] 
[/et_pb_circle_counter][/et_pb_column][et_pb_column type=”1_2″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_text _builder_version=”3.17″]

Diversidade nas fábricas?

Após a apuração, notaram-se quatro marcas que se mostram presentes na produção dessas bonecas com diversidades étnicas. Em consulta aos catálogos dessas fábricas, percebe-se a existência dessa pluralidade na fabricação desses brinquedos. No entanto, unificando todas as coleções de bonecas das quatro empresas, a taxa de produção de bonecas de cor pretas não chega nem a metade da fabricação, é algo em torno de 24%. 

A marca que mais apresenta opção de bonecas negras em seu catálogo é a Roma Brinquedos, onde a produção dessas bonecas corresponde a 27% da fabricação total de bonecas da fábrica. Das 30 coleções apresentadas no catálogo, são oito opções de bonecas de cor preta.

A Diver Toys apresenta em torno de 21% de produção de bonecas negras. Dentre as 43 coleções disponíveis, nove possuem a opção étnica. No entanto, não há opções de bonecos para meninos, são exibidos apenas brinquedos automotivos para os garotos.

A empresa Milk Brinquedos destina cerca de 18,5% do total de suas bonecas para opções negras. Das 66 coleções de bonecos, 12 são voltadas para a opção de cor preta – sendo que não há opções de escolha negra para os bonecos masculinos.

Por fim, a fábrica Hefer Brinquedos apresenta suas 28 coleções de bonecos e disponibiliza duas opções étnicas. Esta apresenta, dentro do total, cinco bonecos para os garotos, no entanto, não existe opção de escolha étnica para eles.

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row _builder_version=”3.17″][et_pb_column type=”1_2″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_testimonial author=”Verônica Santos” job_title=”Pedagogia – Uemasul” portrait_url=”http://imperatriznoticias.ufma.br/wp-content/uploads/2018/11/Verônica-1.jpeg” quote_icon_color=”#000000″ quote_icon_background_color=”#FFFFFF” portrait_width=”93px” _builder_version=”3.17″ body_font=”||||||||” background_color=”rgba(0,0,0,0.72)” border_radii=”on|15px|15px|15px|15px” border_color_all_portrait=”#000000″ box_shadow_style_image=”preset1″ box_shadow_color_image=”#FFFFFF” text_orientation=”justified” background_layout=”dark” animation_style=”fade” background_color__hover=”#000000″ background__hover_enabled=”on”]Muito tempo eu me questionei por que meu cabelo era “ruim”, por que meu corpo não era como das modelos, por que meus lábios eram tão grossos, tão feios. Eu não tive ninguém como referência me mostrando que eu era linda com o meu cabelo black, com meus lábios grossos, me dizendo que eu não preciso ter um corpo de modelo. Eu ainda estou em processo de desconstrução, que por muito tempo a sociedade construiu em como eu deveria ser, para ser “aceita” por ela. É uma descoberta constante, no entanto estou feliz em ver que estou me desprendendo desse padrão, e as referências que surgiram contribuem muito para o meu empoderamento.
[/et_pb_testimonial][/et_pb_column][et_pb_column type=”1_2″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_testimonial author=”Yanna Góis” job_title=”Psicologia – UFT” portrait_url=”http://imperatriznoticias.ufma.br/wp-content/uploads/2018/11/Yanna.jpeg” quote_icon_color=”#000000″ quote_icon_background_color=”#FFFFFF” portrait_width=”93px” _builder_version=”3.17″ body_font=”||||||||” background_color=”rgba(0,0,0,0.72)” border_radii=”on|15px|15px|15px|15px” border_color_all_portrait=”#000000″ box_shadow_style_image=”preset1″ box_shadow_color_image=”#FFFFFF” text_orientation=”justified” background_layout=”dark” animation_style=”fade” background_color__hover=”#000000″ background__hover_enabled=”on”]Eu sempre estudei em escola particular, eu era uma das poucas que tinha cabelo crespo. Minha mãe sempre deixou o meu cabelo preso, nós somos ensinadas que o cabelo liso é que é bonito, então eu não culpo minha mãe de ter feito isso. A questão da representatividade está totalmente ligada à autoestima. Eu nunca tive uma Barbie com cabelo crespo, todas as bonecas eram brancas com cabelo liso e loiro. Eu sentia bastante falta, mas não era algo perceptível quando eu era criança. Isso influenciou na minha autoestima nessa transição do ser criança para a pré-adolescente, pois na primeira oportunidade que tive, aos nove anos de idade, eu alisei meu cabelo.
[/et_pb_testimonial][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row make_fullwidth=”on” custom_width_px=”2148px” _builder_version=”3.17″][et_pb_column type=”4_4″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_text _builder_version=”3.17″ inline_fonts=”Alike”]

Representatividade na infância

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[/et_pb_divider][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row _builder_version=”3.17″][et_pb_column type=”1_2″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_text _builder_version=”3.17″]

Importância da representatividade negra na infância

“As crianças precisam também passar por esse processo identitário e se reconhecerem no decorrer de seu desenvolvimento, elas necessitam de cuidados específicos”, afirma a socióloga Maria Natividade, que ainda explica que quando a criança está inserida em um ambiente que valoriza as questões culturais, ela encontra-se mais preparada para lidar com as dificuldades das desigualdades e não acesso a direitos, pois também é sujeito de diretos e voz, “a criança precisa ser trabalhada em como ela se identifica, e aí ela vai ter inclusive um repertório da não violência. Desde a infância, a criança deve pensar que ela pode e deve criar na comunidade uma visão nova inclusive das pessoas negras”, ressaltou.

Falar de representação negra desde a infância é necessário para valorizar as características de cada pessoa e promover um desenvolvimento pessoal sem as rotulações que muitas vezes inferioriza e diminui a auto estima. A acadêmica de nutrição na Universidade Federal do Tocantins, Alessandra Regina, relata um pouco dessa experiência no decorrer de seu desenvolvimento:

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Faltou representatividade negra na infância sim!

Relatos como “tentava me camuflar”; “o que eu tinha como referência não condizia com o que eu sou, daí eu me sentia inferior”, indicam como a ausência em se discutir isso desde a infância gera consequências na rotina de crianças, adolescentes e jovens.

O estudante de Moda da Universidade Federal de Goiás, Vinicius Paz, relata um pouco sobre essas reações durante sua vida, “apesar de ter passado algum tempo percebo que meu irmão hoje enfrenta o mesmo problema. Tento mitigar, porque sei os efeitos, mas ainda assim é muito preocupante. Por exemplo, comprei um brinquedo para ele e as crianças da escola zombaram dele, e foi difícil explicar por que ele passou por isso”, conta.

Em alguns casos, a falta de brinquedos e desenhos que representassem a população negra já era percebida logo na infância. Como relata a estudante de Direito da Universidade Federal do Tocantins, Aline da Silva:

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row custom_padding=”44px|0px|25.5938px|0px|false|false” make_equal=”on” _builder_version=”3.17″ animation_style=”fade”][et_pb_column type=”1_2″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_testimonial author=”Alessandra Regina” job_title=”Estudante de Nutrição – UFT ” portrait_url=”http://imperatriznoticias.ufma.br/wp-content/uploads/2018/11/Alessandra.jpeg” quote_icon_color=”#000000″ quote_icon_background_color=”#FFFFFF” portrait_width=”93px” _builder_version=”3.17″ body_font=”||||||||” background_color=”rgba(0,0,0,0.72)” border_radii=”on|15px|15px|15px|15px” border_color_all_portrait=”#000000″ box_shadow_style_image=”preset1″ box_shadow_color_image=”#FFFFFF” text_orientation=”justified” background_layout=”dark” animation_style=”fade” background_color__hover=”#000000″ background__hover_enabled=”on”]

Não tive acesso a bonecas de pele escura, quando criança e adolescente também não gostava do meu nariz e boca, porque as bonecas tinham narizes e lábios finos e os meus eram grossos. Sonhava em ter filhos de pele e olhos claros, porque a maioria das bonecas era assim, achava que beleza era isso. Nos desenhos e apresentadoras de TV também, cresci ouvindo que eu não era bonita pela cultura da beleza branca. Só ao entrar na Universidade que fui me conscientizar.

[/et_pb_testimonial][/et_pb_column][et_pb_column type=”1_2″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_testimonial author=”Aline da Silva” job_title=”Direito – UFT” portrait_url=”http://imperatriznoticias.ufma.br/wp-content/uploads/2018/11/Aline.jpeg” quote_icon_color=”#000000″ quote_icon_background_color=”#FFFFFF” portrait_width=”93px” _builder_version=”3.17″ body_font=”||||||||” background_color=”rgba(0,0,0,0.72)” border_radii=”on|15px|15px|15px|15px” border_color_all_portrait=”#000000″ box_shadow_style_image=”preset1″ box_shadow_color_image=”#FFFFFF” text_orientation=”justified” background_layout=”dark” animation_style=”fade” background__hover_enabled=”on” background_color__hover=”#000000″]

Minha mãe fala que eu perguntava por que o lápis cor da pele não era da cor da minha pele, que eu gostava de bonecas “mais escurinhas” e nunca gostei das princesas da Disney. Acredito que de forma inconsciente a falta de representatividade me causava incômodo.  Na adolescência piorou, e eu cometi o erro de me tornar parecida com as pessoas que me circundava , como maior exemplo, friso que alisei os meus cabelos, por não saber cuidar, por ter vergonha, etc.

[/et_pb_testimonial][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row make_fullwidth=”on” custom_width_px=”2148px” _builder_version=”3.17″][et_pb_column type=”4_4″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_text _builder_version=”3.17″ inline_fonts=”Alike”]

Bonecas negras como forma de empoderamento

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A representatividade aproxima o outro da própria realidade que muitas vezes está escondida dentro de si mesmo. Pensando nisso, a estudante Dulce Maria de Freitas realizou um projeto em que falar da representatividade da mulher negra é o principal objetivo. Intitulado “Bonecas com características afro-brasileiras: representação e contribuição para o empoderamento da mulher negra”, a pesquisa tem como orientadoras as professoras Annie Francielly Chaves e Eronilde Cunha.

Para Dulce o grande objetivo do projeto é “mostrar a importância da representação das características físicas e culturais afro-brasileiras em bonecas para o fortalecimento do empoderamento da mulher negra”, explica. Esse processo, também visa resgatar a cultura afro brasileira nas escolas por meio da divulgação da representação das características físicas e culturais da mulher negra presente nas bonecas.

O interesse por falar desse assunto partiu de uma experiência pessoal, em vista que Dulce Maria é fisicamente diferente da mãe e por isso, as pessoas não acreditavam que elas eram mãe e filha. A estudante contou como ela sentia necessidade de ser parecida com a mãe e consequentemente, não se aceitava. E isto, seguiu até o dia em que ela ganhou uma boneca negra e começou a entender a necessidade de falar sobre representatividade, principalmente por meio de bonecas negras.

[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type=”2_5″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_image src=”http://imperatriznoticias.ufma.br/wp-content/uploads/2018/11/boneca-1-1.jpg” align=”center” _builder_version=”3.17″ box_shadow_style=”preset2″ max_width=”88%” animation_style=”fade”] 
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O projeto tem uma grande diversidade de bonecas negras. Foto: Janaína Oliveira

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row custom_padding=”25.5938px|0px|0|0px|false|false” custom_margin=”-33px||” _builder_version=”3.17″][et_pb_column type=”4_4″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_testimonial author=”Dulce Maria Bezerra de Freitas” job_title=”Estudante ” portrait_url=”http://imperatriznoticias.ufma.br/wp-content/uploads/2018/11/Screenshot_20181108-161508_2.png” quote_icon_color=”#000000″ quote_icon_background_color=”#FFFFFF” portrait_width=”93px” _builder_version=”3.17″ body_font=”||||||||” background_color=”rgba(0,0,0,0.72)” border_radii=”on|15px|15px|15px|15px” border_color_all_portrait=”#000000″ box_shadow_style_image=”preset1″ box_shadow_color_image=”#FFFFFF” text_orientation=”justified” background_layout=”dark” animation_style=”fade” background_color__hover=”#000000″ background__hover_enabled=”on”]

Com 8 anos de idade eu ganhei a minha primeira boneca negra e a partir daí eu comecei a procurar por bonecas negras involuntariamente. E, ao longo do tempo, percebi que as bonecas negras são minoria nas lojas e que as próprias bonecas negras não tem as características físicas e culturais da mulher negra. Na época eu não percebi, mas hoje eu sei que aquela boneca, a minha primeira, me ajudou muito. Hoje eu sei que aquela boneca me representava. Foi na época em que eu ganhei a boneca e comecei a buscar por bonecas negras que eu parei de querer mudar, de querer ficar igual a minha mãe, de querer pintar o cabelo ou coisas do gênero, eu me aceitei

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[/et_pb_gallery][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row custom_padding=”0|0px|25.5938px|0px|false|false” _builder_version=”3.17″][et_pb_column type=”1_2″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_text _builder_version=”3.17″]

Participação em eventos

Atualmente com uma coleção de 52 bonecas negras, o projeto já participou de vários eventos e Mostras científicas. Em Imperatriz, uma das primeiras exposições foi realizada em praça pública com o apoio do Centro de Cultura Negra Negro Cosme. O tema da exposição era “Leitura na praça: uma pausa para refletir sobre o racismo”  e teve a participação de vários estudantes do ensino médio. Depois, Dulce levou as bonecas para uma escola do município e lá ela percebeu boas reações sobre o tema, “alguns diziam que sempre quiseram uma boneca assim”, destaca a estudante.

O projeto também foi apresentado na mostra cientifica da escola em que ela estuda, e em outubro deste ano foi credenciado para participar da Mostratec Júnior (Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia), em Novo Hamburgo no Rio Grande do Sul. Lá ela foi premiada em primeiro lugar e recebeu credenciais para se apresentar na México e no Paraguai.

[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type=”1_2″ _builder_version=”3.0.47″ parallax=”off” parallax_method=”on”][et_pb_image src=”http://imperatriznoticias.ufma.br/wp-content/uploads/2018/11/WhatsApp-Image-2018-11-01-at-09.02.15-1.jpeg” _builder_version=”3.17″ box_shadow_style=”preset2″ animation_style=”fade”] 
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Apresentação do projeto na MOSTRATEC Júnior. Foto: Acervo Pessoal

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Por que falar? 

Dulce Maria contou como as pessoas reagiam à exposição da sua coleção de bonecas, que primeiramente era observado estranheza, mas com o decorrer da sua explicação sobre representatividade negra, feminina e sua experiência pessoal, as pessoas iam mudando o olhar. “Nas primeiras exposições teve várias reações e olhares diferentes, reações negativas como se estivesse julgando o outro e à medida que eu ia explicando percebi que essas reações iam mudando”, afirma.

Ela ainda ressaltou como as pessoas têm necessidade de se sentirem representadas e que trazer essa representação desde a  infância é muito importante, pois isso colabora para a identidade da criança negra e seu desenvolvimento pessoal, além de ajudar a combater o preconceito, o racismo e a respeitar a diversidade. Destacou ainda, que levar a exposição para outros lugares além de agregar valor ao projeto, proporciona discutir sobre a representatividade negra e ajuda a conscientizar as pessoas.

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No ano de 2016, a população que se declarava parda e negra chegava a 95,9 milhões e 16,8 milhões, respectivamente, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Em comparação com o número total, a população parda representa 46,7% dos brasileiros e a negra representa 8,2%, ou seja, 54,9% da população do Brasil não se consideram branca.  Mesmo com essa forte presença, a população parda e negra pouco se vê representada na mídia e no entretenimento.

Há mais de 16 anos participando das causas sociais, a socióloga e presidente do Centro de Cultura Negra Negro Cosme, Maria Natividade, ressalta a importância de voltarmos nosso olhar para as identidades étnicas, “o Centro de Cultura Negra faz parte desse leque de movimentos sociais que surgiram como movimento de resistência da população negra que se reuniram a partir da década de 60 no combate à ditadura militar. Como no Brasil, e principalmente no Maranhão, a maioria da população é afrodescendente não poderíamos deixar a região Tocantina sem um trabalho ligado para esses grupos”, afirma a socióloga.

Esse processo levou muitas pessoas a pensar que se pudesse escolher não seria negra, já que as rotulações impostas pela sociedade eram ser branco, ter cabelo liso, nariz fino e lábios menos carnudos, uma representação criada desde a infância. 

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SAIBA MAIS

 Conheça o Centro de Cultura Negra Negro Cosme:

http://ccnnegrocosme.blogspot.com/

Conheça a campanha “Cadê Nossa Boneca?”, realizada ONG Avante:

http://www.avante.org.br/campanha-cade-nossa-boneca-discute-representatividade-com-artesaos/

Assista também:

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EXPEDIENTE

Reportagem produzida por: 

Daniele Lima

Danielle Carolina Costa

Lorena Lacerda

Wyldiany Oliveira

Fotografias: 

Acervo Pessoal da Dulce Maria

Danielle Carolina Costa

Janaína Oliveira

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